sábado, 15 de novembro de 2008

A cidade

Lá fora o vento sopra e levanta a poeira da terra seca da estrada, ao longe o galo canta sem poupar a dor da mãe que segura em seus braços o corpo do filho morto. É neste momento que o mundo se finda e o vento canta a mais delicada cantiga que alguém pode esperar, e os gatos cruzam os portões feito relâmpagos para se deitarem no jardim do desepero.
A chaminé da casa do morro cobre a cidade com sua fumaça escura, até parece que cairá uma tempestade nervosa sobre aquele ponto do planeta. A moça olha pela janela tristonha e seus olhos fazem as nuvens escuras lançarem relâmpagos de alerta.
A mãe chora, grita, lamenta, aperta o filho no colo pedindo á Deus e a todos os santos que traga de volta a vida de seu menino.
Anoitece. A mãe adormece ao lado do filho calado e de mãos roxas e frias. Durante o sono da pobre mulher, um homen surge na estrada com suas vestimentas sujas de sangue seco. Ele se aproxima da mãe que dorme e retira o menino de perto dela, carrega-o até a igreja.
Horas depois a mãe acorda, não vê mais seu filho e sai perambulando a cidade a procura deste, por entre becos úmidos e ruas forradas de corpos de vizinhos. Mal sabe que a igreja é quem guarda seu filho.
O homem caminha sem pensar no que havera feito, sem pensar na dor da mãe que chora pela cidade. Sai vagado pela estrada com um olhar distante e profundo, sem brilho.
A mãe chega até a igreja tendo como último lugar daquela cidade para procurar seu filho e entra para se entregar à crença na esperança de encontrá-lo, mas fica paralisada por ver seu filho em pedaços espalhados no altar. Ela os recolhe com todo o cuidado e os abraça se banhando em sangue.
Depois deste dia, aquela pobre senhora vaga por entre morros e estradas vazias de muitas cidades por onde o aquele homem passou.

Danilo Gomes

3 comentários:

Jhow Carvalho disse...

Oi Nilo tudo bem? Até que fim você postou alguma coisa no seu blog, então lindo esse poema, ma tem alguns erros de digitação, ve os espaços, passa no meu blog, um grande abraço

Ana disse...

Conforme fui lendo, foi passando cenas na minha mente...

bjusssssss Amigão

Amo vc!!

brilho das estrelas no coração!!

Borboletas e Cães disse...

Danilo bom dia!

Vc é muito criativo e tem uma sensibilidade aflorada...cultive essa energia e canalize-a p/ o seu interior sempre...
Seja sempre o q vc quiser dentre as possibilidades...
Seja vc !

Bjs